Para esta série fotográfica a interação entre a física da construção da espuma e seu impacto visual foi o que me direcionou. Projetadas para estimular a imaginação do espectador estas imagens exploram perfeitamente a conexão entre ciência e apelo artístico inerente das bolhas de sabão.

Espumas são onipresentes na vida diária, encontradas desde em alimentos, bebidas, produtos de beleza, isolamento acústico, dentre diversas outras utilidades cotidianas. Todos os tipos de espumas são criados pela união de pequenas bolhas que surgem na superfície do líquido a medida que o ar se junta à mistura, e apesar do equilíbrio visual transmitido por estes arranjos fascinantes, sua estrutura possui uma geometria complexa e uma construção delicada.

Quando você olha para uma bolha, o que realmente está vendo é um pouco de ar preso dentro de uma fina película, constituída por duas camadas externas de sabão que envolvem uma camada interna de água. Assim que duas bolhas se encontram, elas fundem suas paredes para minimizar sua área de superfície e, através deste contato, se conectam formando um aglomerado de diversas bolhas individuais, unidas em um grupo, mas que se diferenciam em seus tamanhos e contornos, produzindo organizações únicas.

Nesta série, através da criação de uma atmosfera intrigante o observador é levado a uma aproximação extrema da morfologia da espuma, através do ponto de vista micro percebe-se que estas são estruturas esqueléticas elegantes, com uma aparência quase surreal, fazendo com que se mostrem pouco familiar e, às vezes, estranhas. Muito parecido com uma pintura abstrata, as formações exibidas parecem celebrar a essência de uma composição artística, as imagens capturam e manipulam a impressionante perfeição estética destas bolhas.

Arte e ciência tornam-se inevitavelmente próximas em nossa apreciação das formas da natureza, já que estas também podem ser interpretadas com uma manifestação direta das leis naturais que ditam nossas vidas.

Veja a série completa AQUI.